segunda-feira, 13 de abril de 2015

ÁLVARO MAGALHÃES NA NOSSA ESCOLA: “ESCREVER É COMO RESPIRAR”

 
 
      Hoje foi um dia especial: Álvaro Magalhães esteve na nossa escola!
  À hora marcada, compareceu na nossa biblioteca, onde alunos, professores e encarregados de educação o aguardavam, não sem uma boa dose de ansiedade.
     Seguiu-se a apresentação do autor e a declamação dos poemas “O limpa-palavras” e “Mistérios da escrita”. Em duas línguas! Sim, a língua portuguesa e a língua gestual portuguesa, que os alunos da nossa comunidade utilizam para comunicarem e que, hoje, foram veículo da sua gratidão a Álvaro Magalhães. Pela sua visita. Pela sua obra. Por nos surpreender a cada página. Por nos fazer refletir. Por nos fazer rir. Por nos propiciar belos momentos de partilha através das suas histórias e da sua poesia.

 

     Depois, foi a vez das perguntas, cujas respostas nos esclareceram sobre o processo de escrita, sobre a leitura e até sobre a vida do autor, três aspetos indissociáveis. Ficamos por isso a saber que:
     ▪ Nos seus tempos livres, Álvaro Magalhães lê, escreve, passeia, vai ao futebol e ao cinema.
     ▪ A propósito do texto “O segredo da orelha verde”, onde afirma que nasceu no Porto, sempre aqui viveu e sempre aqui viverá, esclareceu que o Porto é uma cidade feita à sua medida (como uma camisa!) - nem demasiado grande, nem demasiado pequena.
     ▪ Para o autor, uma boa história é aquela que envolve o leitor, e ser escritor é um destino, pois, embora na sua casa não houvesse livros e ninguém o incitasse a ler, desde sempre sentiu uma forte inclinação para a escrita – ele estava destinado a ser escritor.
     ▪ Para Álvaro Magalhães, escrever é como respirar, e considera-se uma pessoa muito afortunada, porque sempre teve muitos leitores e adora cada um dos seus leitores.
     ▪ “O Estranhão” é o rapaz que Álvaro Magalhães foi quando tinha os seus onze anos – alguém que gosta de escrever histórias e poemas; Já a coleção “Triângulo Jota” espelha a sua vivência e as experiências da sua adolescência, embora a realidade surja transfigurada nas suas obras. Na verdade, para o escritor, a realidade, que nem sempre tem muita graça, é muito enriquecida pela imaginação.
     ▪ Entre as obras que escreveu, talvez as suas preferidas sejam os livros de poesia O Limpa-Palavras e outros poemas e O Brincador.
     ▪ Escrever é brincar com as palavras, o que nem sempre é fácil; é uma brincadeira, mas também uma luta,  que implica a redescoberta e a conquista das palavras.
     ▪ Escrever [O Senhor Pina] é a melhor forma de homenagear um amigo, como o seu grande amigo Manuel António Pina, que também era escritor e escreveu muito para crianças.
     ▪ Na opinião do poeta, as palavras que neste momento precisam de ser limpas são palavras tão cruciais como "amor” e “amizade”- palavras que andam esquecidas, sujas e gastas.
     ▪ A escrita e o sonho são formas de fuga à realidade e, se Álvaro Magalhães pudesse voltar atrás no tempo, regressaria ao tempo anterior à morte de sua mãe, de quem sente muitas saudades.


 

   Depois de tantas e tão esclarecedoras respostas, resta-nos desejar que Álvaro Magalhães continue a sonhar e a escrever, a escrever e a sonhar… e que nos continue a encantar com a sua poesia e as suas histórias surpreendentes.
      Ah! E para os fãs de “O Estranhão” fica a novidade: o terceiro volume sai já em maio!

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