quinta-feira, 2 de julho de 2015

LIVROS DO MÊS DE JULHO

O ESTRANHÃO 3: UMA MOSCA NA SOPA, de Álvaro Magalhães
Fred, o Estranhão, está de volta, com novas peripécias. Desta vez divorcia-se dos pais (como é que isso pôde acontecer e quanto tempo durou o divórcio?), salva uma rapariga que não precisava de ser salva, acaba com a ruidosa girlsband da irmã, joga o “Jogo dos jogos”, perde o seu espírito durante uma aula de Matemática e ajuda a avó a escapar do lar de idosos, numa arriscada operação. E ele que só queria ter uma vida normal, sem sobressaltos… Mas isso não é tarefa fácil para um Estranhão. Pois não?
Livro de leitura obrigatória para pais e filhos, com uma narrativa hilariante e inteligente.
Álvaro Magalhães educa e diverte. Quem já leu atribui 5 estrelas a mais este “Estranhão”.


NÚMERO ZERO, de Umberto Eco
Um livro empolgante, de um escritor que dispensa apresentações! Este é um romance que não deixa ninguém indiferente à reflexão sobre os jornais e o jornalismo. Como cenário de fundo tem uma redação de um jornal diário, que se está a constituir de modo apressado e por razões que menos se relacionam com o objetivo de preparar boa informação e mais respeitam à criação de uma «fachada» para servir interesses próprios. Neste caso, não os interesses dos jornalistas, poucos, relativamente mal pagos e com histórias de carreira onde o sucesso não tem tido lugar, mas sim os interesses de quem tem poder, dinheiro ou ambos. 
Poderá um órgão de comunicação social servir para ter os inimigos na mão e chegar aonde se quer? Um jornal que está a dar os primeiros passos muito tem para decidir e esta obra de Umberto Eco torna-se, nesta vertente, numa espécie de «manual» de decisões onde a qualidade do produto final está mais arredada das preocupações do que seria desejável. 
Neste jornal, designado Amanhã, há espaço para criar notícias, reciclar notícias e encobrir notícias. Sendo esta uma obra de ficção, a leitura que pode ser feita do que lá se escreve vai além da boa leitura que a narrativa proporciona. Poder e jornalismo associam-se aqui a teorias da conspiração. Um redator paranoico que anda pela Milão em que a história se passa, segue atrás de pistas que remontam ao fim da Segunda Guerra Mundial e, somando factos, chega a um complexo resultado que tem tudo para convencer. Começa pelo cadáver de um pseudo-Mussolini e segue pelos meandos da política, envolvendo o Vaticano, a máfia, os juízes e os serviços secretos. Interessantíssimo!

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