sexta-feira, 29 de abril de 2016

SEMANA DA LEITURA: TESTEMUNHO DE LEITORES | DIA 4 (PARTE III)

A Francisca Penha frequentou a nossa escola entre os anos de 2001 e 2006. Após os estudos no ensino secundário licenciou-se em Som e Imagem e estudou Gestão das Industrias Criativas e Marketing Digital. Desde há três anos que trabalha como consultora numa empresa de serviços financeiros e profissionais especializados. Hoje voltou à escola para falar da sua paixão pela leitura.

À CONVERSA COM FRANCISCA PENHA

Hoje, dia 29 de abril, a nossa turma, o 5º B, recebeu Francisca Penha ex-aluna desta escola que falou connosco, proporcionando-nos um momento diferente, na nossa sala C2. O tempo passou a voar e foi muito divertido ver e ouvir alguém que já foi aluna como nós e, provavelmente, nesta mesma sala.



Aqui ficam os nossos registos:
• Gostava tanto de ler que lia, no carro, a caminho da escola, lia às refeições e lia na cama;
• Falou-nos dos livros que a marcaram nas diversas etapas da sua vida: o gosto pelos clássicos e pelos livros de aventura e mistério como por exemplo: as aventuras de Os cinco e os livros de Agatha Cristie (Hércule Poirot) e (Miss Marple); Uma série de desgraças (onde o autor fala connosco como se fossemos a última esperança para resolver o mistério;
• O primeiro livro que pediu para comprar foi O mundo em que vivi  de Ilse Losa;
• Contou-nos que adora o mundo da fantasia, perguntou-nos que livros andamos a ler, dos que mais gostámos e cá vão algumas das nossas escolhas:  O Menino Nicolau; O Principezinho; Hora H : Viagem a Portugal pequenino; A rainha D. Amélia; A culpa é das estrelas; os livros da Anita (com desenhos lindíssimos - uma colega até contou que uma das razões que a levou a praticar Ballet foram os desenhos de um livro da Anita).
• Quando lhe perguntámos qual era o seu livro favorito, ela confessou que não conseguia escolher um, mas que, quando tinha a nossa idade, adorava o Harry Potter  e Os Cinco;
• Recomendou livros para a nossa idade.
• Falou-nos do cheirinho das folhas dos livros novos e do cheiro dos livros velhinhos e gastos (alguns de nós até descobriram marcas nalguns livros que ela trouxe para nós folhearmos);
Adorámos esta atividade, pois dialogámos e partilhámos experiências e preferências.
Ficámos muito entusiasmados e até vamos pedir aos nossos pais para comprar mais livros.
Muito obrigado, Francisca!

                                                                                                 Texto da turma 5º B

SEMANA DA LEITURA: TESTEMUNHO DE LEITORES | DIA 4 (PARTE II)

Sofia Araújo é doutorada em Literatura Portuguesa e Inglesa e, atualmente, leciona Estudos Literários no ensino superior. No início da sua carreira, passou pela nossa escola, onde realizou o seu estágio. Hoje, Sofia visitou-nos e conversou com várias turmas, entre as quais o 9.º A.


Como muitos de nós, Sofia encontrou muito mais relutância na leitura entre os alunos do 3.º ciclo e levantou questões sobre o que se passaria entre as idades do 5.º ano e do 9.º para que os alunos passassem a dizer abertamente que não gostavam de ler. No entanto, como não se satisfez com a resposta obtida, desmontou a ideia de que os alunos mais velhos são mais avessos à leitura, levando-os a confirmar que gostavam de séries policiais.
- Ah! Então gostam de narrativas! – exclamou.
Afinal, vários tinham lido livros da coleção Uma aventura, como acabaram por admitir. Foi aí que passou ao seu testemunho. E foi também aí que o ar de sobranceria foi dando lugar a um interesse genuíno, que levou os alunos a permanecerem na sala de aula depois do toque de saída, para ouvirem Sofia fazer várias afirmações em defesa da leitura, das quais destacamos:
▪ Os livros dão-nos uma liberdade de imaginação que o filme não permite e “o fascínio de um livro é permitir-nos suspender a vida real e entrar nesse outro mundo”.
▪ Todos gostamos tanto de narrativas e muitos jovens gostam de ver o Poirot e gostaram da coleção Uma aventura – porque a leitura é como um jogo , para além de que todo o ser humano gosta de histórias.
▪ Como lembra Daniel Pennac, os direitos do leitor são muito importantes – o direito de passar à frente uma parte chata, de abandonar um livro de que não se está a gostar, de começar a ler o final…, tudo aquilo que não podemos fazer quando o livro é objeto de estudo.
▪ Os livros ajudam-nos a verificar que, afinal, não estamos sós nem somos só nós a sentir-nos assim. Outros já o experimentaram e, quando lemos as suas histórias, sentimo-nos acompanhados. Ler essas coisas por palavras de outros, que nós se calhar nem saberíamos exprimir, é do mais gratificante que tem a leitura em qualquer idade.
▪ “A leitura permite-nos uma liberdade que não temos no dia a dia.”
▪ Emily Brontë, autora do mundialmente célebre Monte dos Vendavais, praticamente nunca saiu de casa e morreu muito nova, com apenas 30 anos. Como foi possível que conhecesse tão bem o ser humano e o seu íntimo? Tinha uma casa cheia de livros e os livros permitem-nos esse conhecimento do ser humano.
Estas foram algumas das ideias com que Sofia cativou os alunos de 9.º ano, que, embora inicialmente um pouco renitentes, a ouviram com progressivo interesse e prazer.


SEMANA DA LEITURA: TESTEMUNHO DE LEITORES| DIA 4 (PARTE I)


Hoje, quarto dia da Semana da Leitura, recebemos, na sala C3, Sofia Araújo, que foi professora estagiária na nossa escola e é doutorada em Literatura. Veio falar com o 5.º C sobre o papel dos livros na sua vida e interagiu com os alunos procurando saber o que achavam da escola, da biblioteca e dos livros.
Começou por lhes dizer que esta escola é especial para ela, uma vez que foi aqui que passou de aluna a professora. Hoje ensina gente crescida, futuros professores, e também faz teatro. Logo foi interrompida por um aluno que lhe disse que estava a aprender o texto dramático nas aulas de Português e gostava muito. Claro que ela quis saber, quase em tom de sigilo, “que ninguém estava a ouvir”, quem é que não gostava mesmo de ler. Num universo de 15 alunos, 1/3 terá levantado o dedo. Foi nessa altura que lhes falou dos 10 mandamentos do leitor ( o leitor tem direito a desistir do livro, a começar a ler pelo meio, pelo fim…), e também do que podem ganhar se pensarem no livro como objeto de prazer. “Com pasta de madeira e tinta podemos viajar para qualquer lado, pois os livros abrem sempre portas”. Seguiu-se então uma agradável conversa sobre o livro favorito de cada um e o prazer de ler. A nossa convidada conseguiu cativar os alunos, muitos deles com poucos hábitos de leitura, fazendo analogia com o jogo “Cluedo”. Muitas vezes quando se lê um livro policial,   apressamo-nos a acabar a leitura para descobrir o assassino. E se a leitura for feita em conjunto, num intervalo, num “furo” transforma-se numa espécie de jogo em que para uns o mau é a personagem X, para outros a Y e para muitos a Z! A propósito da coleção ”O Estranhão” dois alunos tinham interpretações diferentes e isso deve-se, no entender de Sofia, à riqueza da personagem principal que gera no leitor sentimentos e emoções diversas. E isso acontece com muitos livros. Aliás, segundo ela, “uma das vantagens dos livros é que sendo tão diferentes uns dos outros, podemos usá-los com diferentes objetivos e em diferentes momentos. Os livros são sempre prendas fantásticas, mais ainda quando se lhes junta uma dedicatória.” A propósito de policiais falou-se sobre Agatha Christie e as máximas do seu detetive, Hercule Poirot, que muito destacava as pequenas células cinzentas, quando se referia ao seu próprio raciocínio.
Foi interessante verificar que há livros que vão cativando diferentes gerações. A coleção “Uma aventura”, por exemplo, que hoje encanta muitos dos nossos alunos, foi uma das primeiras paixões de Sofia, que aguardava sempre com ansiedade a saída de um novo livro das autoras, o que acontecia normalmente de 6 em 6 meses.
A propósito do seu nome “Sofia”, confidenciou-nos que quando leu “ Os desastres de Sofia” ficou irritada, porque sendo Sofia, achava que todas as Sofias eram maravilhosas.
A conversa não podia deixar de passar pela banda desenhada, recaindo a escolha dos alunos em coleções como “ Mafalda” e “A turma da Mónica”. Uma das alunas, cujo autor favorito é Quino, explicou por que motivo adora a Mafalda, acha divertida a forma como ela brinca com as situações do dia-a-dia e os amigos dela representam pessoas que existem no mundo. Há os que adoram dinheiro, os que são egoístas… A nossa especialista em livros aproveitou para falar da obra” O monte dos vendavais” cuja autora nunca saiu de casa e no entanto conseguiu entender o mundo tão bem que qualquer leitor se identifica com pelo menos uma personagem do livro.  Falou-se ainda de Shakespeare e uma aluna sabia que se comemoravam os 400 anos do seu falecimento. Que bom termos jovens atentos a estes factos!
Foi um momento bem passado e os alunos adoraram. Tanto, que alguns ficaram uma parte do intervalo a fazer-lhe perguntas e a folhear os livros que trouxe para lhes mostrar. 


Texto: Prof.ª Luísa Fonseca

quinta-feira, 28 de abril de 2016

SEMANA DA LEITURA: DEPOIMENTOS DE LEITORES | DIA 3 (PARTE II)

“Só me arrependo de não ter começado a ler mais cedo»
                                                                                                      Isabel Azevedo


     Isabel Azevedo foi aluna na nossa escola. Hoje voltou, enquanto mãe e enquanto leitora, para nos dar a conhecer o seu percurso de leitura.
    Como disse aos alunos do 9.º B, entre os quais se encontra o seu filho David, a sua experiência enquanto leitora começou tarde: apenas aos 32 anos e por influência de uma amiga, que lhe passou Querida Corsária de Konsalik para as mãos, é que Isabel descobriu o prazer de ler. A partir daí, nunca mais parou: lê volumes de muitas centenas de páginas, e, curiosamente, o seus livros preferidos até são a saga Crepúsculo, de Stephenie Meyer.
    O tamanho dos livros que lê não é o que verdadeiramente importa: o que conta, realmente, é a capacidade de uma história nos “agarrar” da primeira linha à última. Um livro pequeno pode prender-nos igualmente e é, provavelmente, uma ótima forma de começar. O que interessa, como Isabel frisou, é que se comece, pois a única coisa de que se arrepende é de não ter começado a ler mais cedo. Se o tivesse feito, mais cedo teria sabido que os momentos em que se lê são momentos únicos, que oferece a si própria para crescer e sonhar.
     Sim, ler é sonhar! Ler é sair da rotina, viajar com as personagens dos romances e dos policiais, que Isabel também aprecia. Ler é tropeçar em palavras que, de outra forma, não conheceria e, como revelou, já deu por si a utilizar palavras eruditas, as chamadas palavras “difíceis”. Quando isso sucede, Isabel recorda-se dos livros onde as encontrou pela primeira vez. E sonha, de novo!
    Os livros têm muitas vantagens, incluindo a vantagem de se poderem emprestar. Também por isso, Isabel incitou os alunos do 9.ºB a partilharem com os colegas os livros que lhes deram prazer ler. 
     Enquanto falava dos seus livros preferidos, Isabel foi-os emprestando aos alunos, para que também eles os pudessem tocar e ler as sinopses que se apresentam na contracapa - para ela uma boa pista sobre o interesse que o livro poderá ter. 
      Acreditamos que Isabel plantou algumas sementinhas da leitura nos nossos alunos, tão sincero foi o seu depoimento. Acreditamos que lhes deu o mote para muitos momentos de sonho e crescimento. 
      Bem haja, Isabel!

SEMANA DA LEITURA: TESTEMUNHO DE LEITORES | DIA 3 (PARTE I)

CRESCI A LER

Fátima Neto deu hoje um testemunho maravilhoso do seu percurso de leitora, deixando alunos do 8.º ano suspensos nas suas palavras durante 50 minutos!


    Esta docente de Português e História confidenciou-nos que cresceu a ler: as primeiras memórias são do encanto pelas gravuras dos livros e os mundos para onde a levavam; foi com o dicionário ilustrado da Lello que aprendeu uma enorme quantidade de palavras; de A Menina do Mar, de Sophia de Mello Breyner Andresen, ficou-lhe, até hoje, o fascínio pelo mar; as histórias de Xerazade também a marcaram, e as aventuras d’Os Cinco fizeram-na procurar recantos secretos no seu jardim, assim como a levaram a pedir à mãe empadas deliciosas para os seus lanches; Miguel Strogoff foi, na adolescência, o primeiro amor; os policiais, em especial, Agatha Christie e o Monsieur Poirot, levaram-na a desvendar intrincados enredos…
     Fátima Neto considera-se uma leitora por fases - num momento, lê os romances históricos da Grécia; a seguir, lê tudo sobre a 2.ª Guerra Mundial… - e adora anotar frases fantásticas, deixar comentários nas páginas.
     A leitura, como afirmou, dá-nos poder, pois o que lemos deixa-nos a liberdade de imaginar e recriar as personagens e os ambientes, quer leiamos em formato de papel, quer optemos pelo suporte eletrónico, que já Fátima já adotou e ao qual reconhece vantagens. Porém, continua a gostar do cheiro dos livros e afirma que os livros antigos cheiravam melhor...
      Seja no Kobo, seja em papel, como garante esta nossa docente, o que importa verdadeiramente é que leiamos, nos deixemos enfeitiçar pelos livros e que cresçamos com eles!

quarta-feira, 27 de abril de 2016

SEMANA DA LEITURA: TESTEMUNHO DE LEITORES | DIA 2


Hoje, segundo dia da Semana da Leitura, recebemos na nossa escola dois alunos da Faculdade de Economia da Universidade do Porto: vieram partilhar connosco a sua experiência de grandes leitores que são e, claro, fizeram a apologia da leitura.


Gil Flores, ex-aluno da nossa escola, e Manuel Lança, director do Jornal da FEP, conversaram com alunos do 6.º e 8.º anos e deixaram-nos ideias interessantíssimas a analisar e reter. Apresentamos-te alguns fragmentos da sua intervenção, sobre os quais te convidamos a refletir:
▪ Um só livro pode alterar completamente a visão que uma pessoa tem do mundo. Alguns livros têm um poder incomensurável!
▪ A leitura tem o poder de fazer de nós pessoas diferentes e únicas: pode ser o nosso traço distintivo, aquilo que nos diferencia e nos acrescenta valor!
▪ Quando lemos, estamos a exercitar as nossas capacidades criativas e de imaginar, o que nos vai ser exigido ao longo de toda a vida.
Quando lemos, experienciamos as vivências das personagens, que, em algum momento, passam pelos mesmos dilemas e desafios que nós. Esta é uma boa forma de encontrarmos soluções mais facilmente, sempre que nos deparamos com alguma situação problemática; afinal, se aquelas personagens conseguiram superar os obstáculos, também nós seremos capazes de fazê-lo. Ao lermos, vivemos experiências extra de vida; logo, temos mais hipóteses de escolha, pois estamos avisados no sentido de não repetirmos os mesmos erros que outros cometeram e também  conscientes relativamente a formas alternativas de reagir em determinada situação.
▪ Muito do que sabemos é-nos imposto, em particular nos regimes ditatoriais. Nas ditaduras proíbem-se os livros, o que não acontece por acaso: os livros dão-nos visões alternativas do mundo, o que permite ter um olhar crítico sobre a realidade e nos instiga à acção. Mas aos ditadores não interessa que os seus “súbditos” tenham ideias próprias, pois não?
▪ As pessoas que escrevem melhor são as que leem mais: Gil e Manuel sabem-no bem. Entre os colaboradores do Jornal da FEP, aqueles que escrevem melhores artigos, desde reportagens a crónicas, são aqueles que sempre leram muito. Para além disso, os seus artigos são mais interessantes, porque as pessoas que os escrevem são mais cultas e interessantes.
▪ Quando vemos alguém destacar-se pela sapiência, pela inteligência e pela capacidade interventiva, geralmente essa pessoa tem uma biblioteca por trás – já leu muitos livros que a catapultam para o sucesso.
Não obstante todas as boas razões que temos para ler mais, muitos alegam não terem tempo para se desculparem do pouco (ou nenhum tempo) que dedicam à leitura. Pois bem: para o Gil e o Manuel, alegar que não se lê por falta de tempo não é muito legítimo, porquanto as pessoas mais ocupadas são também as que mais livros leem. Veja-se, a título de exemplo, o caso de Bill Gates. Quem não conhece Bill Gates? Provavelmente, ele será um dos homens mais ocupados do planeta; no entanto, ele lê 50 livros por ano!
Se Bill Gates, com todas as suas ocupações e responsabilidades tem tempo de ler 50 livros por ano, todos nós podemos igualmente ler alguns livros por ano. O que custa é começar. Depois, quando nos deixamos invadir pelo bichinho da leitura, é quase impossível deixarmos de ler.

Eis algumas das ideias inspiradoras que o Gil e o Manuel nos deixaram.
Vale bem a pena pensares nelas!

terça-feira, 26 de abril de 2016

SEMANA DA LEITURA - TESTEMUNHO DE LEITORES | DIA 1


    Teresa Leão foi a melhor aluna a nível nacional quando deixou a nossa escola. Terminava, no ano de 2007/2008, o 9.º ano. Depois, seguiram-se os estudos no ensino secundário e superior, onde se licenciou em Bioquímica. Atualmente, estuda Biologia Molecular e mantém a paixão pela leitura.
     Teresa tem um diversificado leque de autores de eleição: de Eça a J. K. Rowling, de Agatha Christie a José Rodrigues dos Santos… Muitos são os livros que lhe têm passado pelas mãos e, através dos livros que leu, teve a oportunidade de viver muitas vidas: já foi um pouco de tudo – princesa, homem, malfeitor, freira…
    Ao longo do tempo, Teresa percebeu também que os livros nos dizem coisas diferentes conforme a fase da vida em que nos encontramos. O nosso crescimento permite-nos acrescentar ao livro lido as nossas vivências e o nosso conhecimento do mundo. Não admira, pois, que o nosso olhar sobre o mesmo texto se vá alterando.
    Como leitora apaixonada, Teresa também já experienciou a “ressaca de um livro”. Difícil de entender? Quando encontrares o livro da tua vida, compreenderás muito bem o que Teresa quis dizer com esta expressão. Nós já a experimentámos!

SEMANA DA LEITURA - PROGRAMA

Celebramos, ao longo desta semana, a Semana da Leitura. O programa que propomos é variado e esperamos que todos, alunos e ex-alunos, professores, auxiliares, pais e outros elementos da comunidade educativa se juntem a nós!


PROGRAMA:

📙 Partilha de "O livro da minha vida" -  professores, pais e EE, elementos da comunidade, ex-alunos, etc., apresentam livros que os marcaram  e partilham a importância da leitura nas suas vidas. Esta apresentação decorre, preferencialmente, durante uma das aulas de línguas (Português, Francês, Inglês, Espanhol). No entanto, todas as disciplinas se poderão associar a esta iniciativa.

📙 Exposição de livros “preciosos” trazidos por elementos da comunidade - durante a semana teremos em exposição na biblioteca com indicação do leitor que o trouxer. Por favor, tragam alguns dos vossos livros especiais e entreguem-nos na biblioteca. Nós prometemos cuidar deles como tesouro!

📙 Eleição “Vota no teu livro favorito” - na BE/CRE

📙 “Apanhado a ler” - criação de um álbum de fotografias de elementos da comunidade educativa durante um ato de leitura, a divulgar no blogue “Livros & Coisas”.

📙 Exposição comemorativa dos 400 anos da obra de Cervantes - na BE/CRE, da responsabilidade do professor de espanhol, André Matias.

📙 Ler uma pintura – Guernica – Exposição de trabalhos inspirados na obra-prima de Picasso, realizados nas aulas de Educação Visual, por alunos do 9.º ano.

📙 Leitura de poesia – nas aulas das diversas áreas disciplinares.

📙 Encontro com a autora Manuela Bacelar – nas escolas EB1 /JI do Agrupamento


segunda-feira, 25 de abril de 2016

PENSAMENTO DA SEMANA: ESCRITA E LEITURA

 Ao longo desta semana, a "Semana da Leitura", convidamos toda a comunidade educativa a saborear um livro!




«Assim como os escritores falam de cozinhar uma história, de refazer um texto, de ideias a serem desenvolvidas para um enredo, de dar picante a uma cena ou dar corpo a um argumento, transformar os ingredientes de um romance cor-de-rosa em prosa cheia de melaço, um naco de vida condimentado com alusões nas quais o leitor pode cravar o dente, assim também nós, os leitores, falamos em saborear um livro, de encontrar nele alimento, de devorar um livro de uma assentada […] , de enrolar na língua as palavras de um poeta, de se banquetear com poesia, de fazer uma dieta de policiais.»

Alberto Manguel, in Uma História da leitura

domingo, 24 de abril de 2016

ESCRITORA E ILUSTRADORA MANUELA BACELAR DE VISITA ÀS NOSSAS ESCOLAS - EM BREVE

Em breve, Manuela Bacelar visitar-nos-á. Será, certamente, um dia especial mas escolas de primeiro ciclo e jardins de infância do nosso agrupamento: os nossos alunos mais novos terão a oportunidade de conhecer esta autora e coautora de variadíssimas obras. 
Para que fiques a saber um pouco mais sobre esta autora, deixamos-te uma entrevista publicada no Jornal AS ARTES ENTRE AS LETRAS

«Ilustradora infantil é um carimbo que pesa bastante»



Com 70 anos de idade e 42 de trabalho, a escritora e ilustradora Manuela Bacelar inaugura mais uma exposição no próximo sábado. Não era a sua intenção, mas hoje é um nome imediatamente associado à literatura infantil. As circunstâncias assim o ditaram… Mas é clara: «A minha ideia era ser ilustradora ‘tout court’. Numa conversa descontraída, abordou o seu percurso profissional, falou das mudanças e do presente, e revelou depositar esperança na nova geração de artistas plásticos.
_________________________________________________________________________________
Entrevista por Isabel Fernandes

Em que ano começou como ilustradora? Encontrei datas distintas, 71 e 88.
Em 88, saí da Função Pública e passei a ser freelancer em ilustração. Mas publiquei a primeira vez em 1971: numa colaboração para «O Século» para uma página de humor e, a convite da Isabel da Nóbrega, colaborei também na secção infantil de uma revista chamada «Rita». E aí puseram-me um carimbo: ilustradora para a infância. Quando comecei não era nada essa a minha ideia: era ser ilustradora ‘tout court’, para criança, para adultos… porque quando daqui saí faziam-se livros ilustrados para adultos e eu pensei que ia reencontrar esse mercado e esse mercado tinha acabado.
Como é que entra na ilustração?
Sabia-se que havia uma pessoa que tinha vindo de Praga com o Curso de ilustração, mas não era mais do que isso. A partir daí o mundo é pequeno e Portugal ainda mais – era fácil encontrar as pessoas. E assim comecei, e a ter o carimbo que neste momento pesa bastante!
Ilustrar para crianças é uma responsabilidade acrescida?
Hoje tenho consciência disso, quando comecei não tinha, mas o que eu gostava de facto era [de] tudo que fosse narrativo, fosse cinema de animação, ilustração, teatro, cinema propriamente dito ou banda desenhada. O que eu gostava era de histórias, o formato tanto me fazia! Era-me perfeitamente indiferente! Hoje em dia poderei tirar a conclusão, sem querer estar aqui a fazer grandes análises, que tinha uma sopa de coisas na minha cabeça que me fazia escolher pela narração. Mesmo quando eu decido não me dedicar à ilustração, a minha pintura acaba sempre por ser narrativa.
Que diferenças há na área da ilustração entre o tempo em que começou e hoje?
Eu não fui criada num mundo de “inhos”. E em Praga também constatei que se escrevia para as crianças de outra maneira. Quando regressei a Portugal, de facto, os livros pecavam por isso. Os livros eram bem escritos e muito bem escritos, com humor, e muito humor, mas volta e meia era o “inho”. E outra coisa que me irritava era porem no texto as cores, porque essa parte é minha! Escusam de escrever tanto, porque se o livro vai ser ilustrado, não precisa de ser tão descritivo. E eu era muito chatinha… e a coisa passou. Ou porque começaram a vir mais livros lá de fora, ou porque aceitavam as críticas.
E esses “inhos” em que medida são prejudiciais?
As crianças são pessoas, não são nenhumas almas do outro mundo! E escrever para crianças é escrever para pessoas. E não me acredito que  algum escritor tenha na cabeça, mesmo que escreva “inho, inho, inho”, que a criança é um ser inferior. Havia, e talvez ainda haja, a ideia de que escrever para crianças é muito fácil. Nota-se na maneira como os textos são escritos e nota-se pelo tipo de descrição que acaba por ser desadequada - nem é para muito pequenos, nem é para adolescentes, nem é para adultos.
Em que fase da sua carreira está?
Apetece-me continuar a fazer o que tenho feito ultimamente: pego num livro sobre um determinado tema, faço-o e apresento-o à editora.
A cor é essencial na ilustração?
A cor é tão importante como o papel. Tudo é importante. Eu neste momento estou numa encruzilhada, que é aquelas perfeitas árvores de natais que são os escaparates dos livros infantis. Brilhos, purpurina, cores que não existiam… não tenho nada contra, mas só assim? Muita cor que é para ser o primeiro a ver-se.
Como é que surgem os temas para os livros que escreve e ilustra?
Os meus a 100 por cento... a maior parte das vezes penso numa brecha.
Para que funcionem como sugestões?
Não dou sugestão nenhuma! Eu, simplesmente, conto uma história feliz entre um avô e um neto, no caso de «O meu avô». O meu problema, às vezes, não é começar as histórias, é o meio. Como é que começo e como é que acabo, eu sei… preencher o meio é que é difícil. Porque gosto de romances enxutos, sem nada a mais. Gosto de personagens muito bem definidas, muito coerentes, e gosto de uma certa poupança de palavras. Dar o ambiente com coisas subtis e que vêm a propósito de qualquer coisa.
Como ou quem é que escolhe a técnica para as suas ilustrações?
O texto e ou o papel. Porque há papéis tão bonitos que muitas vezes para não os estragar faço desenhos muito levezinhos. Eu não quero que o meu desenho interfira com aquele papel que escolhi, porque estava de acordo com aquele texto. Tudo está em harmonia. Mas é que tudo mesmo tem de estar em harmonia. E não estamos só a falar em livros.
Como é que surgem os trabalhos de temas livres?
Surgem pelo prazer que me dão.
Como é que vê o futuro da cultura em Portugal?
Quando estou com jovens de vinte e poucos, trinta anos, acho que eles têm uma pedalada que a geração a seguir à minha não tinha. Fazem coisas giríssimas!
Então o futuro está assegurado?
Eu tenho esperança nesta malta que anda aí a fazer coisas, que se juntam. E há cada vez mais malta a arriscar dedicar-se a tempo inteiro à sua arte. Isso não se via.
Tem uma opinião sobre o Acordo Ortográfico?
Sou contra! Completamente! Nem percebo de onde é que isto vem. Devem ser desses senhores que fazem para aí livros a granel… Não sei! Uma pessoa bem pensante e bem falante não pode concordar. Eu gostava de perceber onde é que tudo isto começou. Estamos a tirar o c, o c vem do Latim e o Português é uma língua latina! O Brasil é outro continente, é um país novo, nós estamos lá para trás.
Nós abdicamos muito rápido da nossa cultura?
Mas isso é provincianismo, cá para mim!

Fernandes, I. (2013) Ilustradora infantil é um carimbo que pesa bastante. AS ARTES ENTRE AS LETRAS, 106, 4-5.
(Texto com supressões)

sábado, 23 de abril de 2016

A PROPÓSITO DE "DIA MUNDIAL DO LIVRO E DO DIREITO DO AUTOR": QUEM FOI SHAKESPEARE?

Celebra-se hoje, dia 23 de abril, o Dia do Livro e do Direito do Autor, tendo esta data sido escolhida por nela terem falecido, no ano de 1616, Miguel de Cervantes (autor do mundialmente célebre Dom Quixote da la Mancha), Garcilaso de la Veja e William Shakespeare.

“Todo o mundo é um palco
E os homens e mulheres não passam de meros atores
Eles entram e saem de cena
E cada um, no seu tempo, representa vários papéis”
                                                                        William Shakespeare


Casa de William Shakespeare, em Statford-upon-Avon

Stratford-upon-Avon, cidade inglesa onde Shakespeare terá nascido, comemora os 400 anos do desaparecimento do seu filho mais afamado. Mas, afinal, quem terá sido William Shakespeare, o autor de peças inesquecíveis como Hamlet, Macbeth ou Romeu e Julieta?



Sabe-se que nasceu na cidade inglesa de Stratford-upon-Avon, onde se casou com Anne Hathaway, foi viver para Londres, onde se tornou ator e escritor, e nos últimos anos de vida regressou à terra natal, onde fez o testamento e morreu.
Em relação à sua data de nascimento, esta permanece ainda hoje uma incógnita. Apesar de se ter estabelecido o 23 de abril como o dia do seu aniversário (dia de São Jorge e dia nacional de Inglaterra), na verdade não se sabe ao certo qual foi a data do seu nascimento.
Também não se sabe qual era a verdadeira aparência de William Shakespeare. Até aos nosso dias chegaram apenas três retratos e foi a partir destes que outros foram feitos. Como escreveu Bill Bryson, escritor, investigador e historiador: “conhecemos de imediato uma imagem de Shakespeare assim que a vemos; no entanto, ninguém sabe como é que ele realmente era”.
Outra coisa que ainda está por descobrir é a maneira certa de escrever o seu nome porque, ao que parece, nem ele próprio sabia! Nas seis assinaturas que se conhecem, o seu nome aparece sempre escrito como “Willm Shaksp”, “William Shakespe”, “Wm Shakspe”, “William Shakspere”, “Willm Shakspere” e ainda como “William Shakspeare”.
A falta de informação sobre Shakespeare levou a que, nos últimos dois séculos, muitos estudiosos defendessem a tese de que as peças do dramaturgo inglês não teriam sido escritas por ele. De um modo geral, estes estudiosos argumentam que o número demasiado elevado de peças e a variedade de conhecimentos que implicam e que vão da medicina à vida na corte ou a assuntos militares indiciam a impossibilidade de terem sido escritas por uma só pessoa. Esta é uma das teorias mais populares. Segundo esta teoria, Shakespeare era demasiado brilhante para ser uma só pessoa e a sua obra demasiado variada e, por isso, só poderia ser o resultado  de uma “espécie de associação de soberbos talentos”, como refere Bill Bryson.
Muitos autores são de opinião que William Shakespeare não passaria de um simpático ator que terá emprestado o seu nome a outra pessoa que, por algum motivo, não podia ser identificada publicamente. As teorias são imensas, e vão das mais absurdas às mais elaboradas. Alguns acreditam que Shakespeare terá sido Edward de Vere, 17º conde de Oxford; outros, que terá sido Walter Raleigh ou o também poeta John Donne. Há até quem tenha defendido que Shakespeare era a rainha Isabel I disfarçada.
De acordo com as contas de Bill Bryson, ao todo, existem mais de 50 candidatos à verdadeira identidade de William Shakespeare. Porém, apesar dos rios de tinta que já se gastaram a tentar provar a existência ou a inexistência do dramaturgo de Stratford-upon-Avon, a questão permanece: quem foi, afinal, William Shakespeare? 
Texto: Prof.ª Fátima Neto
Fonte: Jornal Observador

quinta-feira, 21 de abril de 2016

CONCURSO NACIONAL DE LEITURA: FEEDBACK DA GABRIELA

Ana Saldanha
     
     Gostei muito de ir ao Concurso Distrital de Leitura: foi uma maneira de conviver com outros colegas de outras escolas e também de fazer uma coisa de que gosto muito: ler.
     Nesta visita, também fiquei a conhecer melhor a Biblioteca Municipal Almeida Garrett, assim como apreciei a performance dos meus colegas finalistas do concurso – das leituras às dramatizações que fizeram. Gostei igualmente de ver o resultado dos workshops em que alguns colegas puderam participar - um de escrita criativa com Ana Saldanha e uma declamação de poesia.
      Também gostei muito de ler os dois livros escolhidos para este concurso: Mopsos e Supergigante. São muito divertidos e é muito interessante ver a relação, em ambos os textos, de avô e neto.

Participantes no workshop "Voz e Poesia"
Texto: Gabriela Ferreira, 8.º B

CONCURSO DE LEITURA – FEEDBACK DO NOSSO ATOR

A minha ida ao concurso nacional de leitura
                                                                                   por Mário Carvão


Eu e as minhas colegas, Gabriela e Ana Catarina, fomos ao Concurso de Leitura acompanhados pelas nossas professoras de Português, Zélia Martins e Assunção Ribeiro, que é também a bibliotecária da minha escola.
De manhã, realizámos a prova principal, que achei fácil e ao mesmo tempo complicada. Depois de fazer a prova fui para a parte mais divertida do concurso: um workshop de escrita criativa com a escritora Ana Saldanha. Ai, estive a falar, essencialmente, sobre o que me distinguia do grupo e o que tinha em comum com ele.
Após o almoço, enquanto as minhas colegas assistiam às provas orais, voltei ao workshop e, desta vez, escrevemos um texto dramático para nós mesmos representarmos.
A apresentação foi a parte mais divertida do concurso, pois foi a minha primeira vez em palco a fazer o papel de ator.        
                                                                                                                 Mário Carvão, aluno do 7.º B   

HÁ MOMENTOS INESQUECÍVEIS!


Terça-feira, 19 de abril, tive a oportunidade, juntamente com a colega Assunção Ribeiro, de acompanhar os nossos alunos Ana, Gabriela e Mário, participantes da fase distrital do Concurso Nacional de Leitura.
Inicialmente, estava expectante, uma vez que era a minha primeira experiência, num concurso tão abrangente. Porém, o testemunho da minha colega Assunção, transmite de uma forma muito sentida, as várias vivências experienciadas ao longo do dia. Neste sentido, todas as palavras seriam parcas para acrescentar algo ao que já foi dito, sobre um dia repleto de memórias felizes.
Surpreendentemente, todas as minhas expetativas foram superadas e congratulo-me de ter assistido a vários momentos em que as palavras não foram apenas lidas, mas sentidas e representadas, fruto do excelente trabalho dos participantes.  
Prof.ª Zélia Martins