domingo, 6 de julho de 2014

JORGE LUIS BORGES: UM SENSÍVEL E AGRADECIDO LEITOR

Quem tem a felicidade de ler os livros de Jorge Luís Borges encontra na sua obra frases que dificilmente esquecerá. Das inúmeras frases inesquecíveis da sua Biblioteca Pessoal,  deixamos-te   algumas   sobre as quais vale a pena refletir. Aprecia-as!



"«Que outros se gabem dos livros que lhes foi dado escrever; eu gabo-me daqueles que me foi dado ler», disse eu uma vez. Não sei se sou bom escritor; penso ser um excelente leitor ou, em todo o caso, um sensível e agradecido leitor."

"Um livro é uma coisa entre as coisas, um volume perdido entre os volumes que povoam o indiferente Universo, até que encontra o seu leitor, o homem destinado aos seus símbolos. Acontece então a emoção singular chamada beleza, esse mistério belo que nem a psicologia nem a retórica decifram."

"(...) a imaginação e as matemáticas não se contrapõem; complementam-se como a fechadura e a chave. Como a música, as matemáticas podem prescindir do Universo, em cujo âmbito se inserem e cujas ocultas leis exploram."

"O esquecimento pode bem ser uma forma profunda da memória."

"(...) toda a ficção é uma impostura; o que interessa é sentir que foi sonhada sinceramente."

"Um dos feitos capitais da nossa História é a descoberta do Oriente, palavra esplêndida que abarca a aurora e tantas e famosas nações. Heródoto, Alexandre da Macedónia, a Bíblia, Vasco da Gama, As Mil e Uma Noites, Clive e Kipling são diversas etapas desta aventura que ainda não terminou."

"(...) o que os homens imaginam não é menos real do que aquilo a que chamam a realidade."


"Virgílio [autor da Eneida] não nos diz que os aqueus aproveitaram os intervalos da escuridão para entrar em Troia; fala dos amistosos silêncios da Lua. Não escreve que Troia foi destruída; escreve «Troia foi». Não escreve que um destino foi infeliz; escreve «De outra maneira o entenderam os deuses». Para expressar aquilo a que agora se chama panteísmo deixa-nos estas palavras: «Todas as coisas estão cheias de Júpiter.» Virgílio não condena a loucura bélica dos homens; diz «O amor do ferro»."
Jorge Luis Borges, Biblioteca pessoal

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