quarta-feira, 1 de junho de 2016

JUNHO NO ANO 1000

Julho e as colheitas

Junho e as colheitas - gravura de um livro de horas
      Chegado o mês de Julho, sob o sol ardente, trabalha-se nos campos e iniciam-se as colheitas. Daquilo que se colhe, decorre a dieta medieval, que era pouco variada: pão, vinho e pouco mais. Trigo e cevada eram as variedades de cereais cultivadas e haviam sido introduzidas pelos romanos. O pão era o alimento fundamental e, por vezes, único para uma grande parte da população. O pão desta época tinha um sabor mais forte do que o atual visto que as farinhas não eram tão refinadas e os fermentos (leveduras) eram outros. Para além do pão, quem tinha mais posses comia quantidade astronómicas de carne. No que respeita às hortaliças, o conhecimento era tmabém muito limitado (nabos, cebolas, alhos e pouco mais) e a fruta que mais se consumia era a maçã.

   Os Árabes, contudo, comiam melhor. Para lá da fronteira, no Al-Andalus, o aspeto da mesa era muito mais variado e divertido e os paladares eram tentadores. Damascos, pêssegos, ameixas, laranjas, limões, variadas hortaliças e verduras misturadas com carne e peixe, sopas com múltiplas combinações, saladas, especiarias e condimentos, coentros, tomilho,  e outras ervas tornavam a gastronomia árabe tão sedutora que rapidamente saltou as fronteiras religiosas e se propagou por toda a Europa mediterrânica e não só. Sendo estes quem introduziram a cana-de-açúcar na península Ibérica, também depois da invasão árabe, os doces deixaram de ser exclusivamente fabricados com mel e se tornaram mais variados. Foi por esta altura que surgiram as compotas e com estas uma forma de conservar a fruta fora de época.
Texto: Prof.ª Fátima Neto
Fonte: Revista SuperInteressante, Especial História

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