A turma do 6ºF da nossa escola decidiu aceitar o desafio da revista "Visão Júnior" e, continuar a história da obra Pedro Alecrim. Os textos foram apreciados por um júri de prestígio e a turma F viu recompensado o seu trabalho, uma vez que obteve uma Menção Honrosa!
Aqui fica o trabalho dos alunos (capa e texto) para que possas ler e perceber que da próxima vez podes ser tu a ganhar!
Parabéns 6ºF!
APRECIA O TRABALHO DOS TEUS COLEGAS!
A continuação da história...
Ali estava eu, no bar do hotel, de frente para o Douro, esperando ansiosamente os meus “velhos” amigos. O primeiro a chegar foi o Nicolau, coisa que não me espantou, uma vez que era ali que trabalhava.
- Então, Alecrim aos molhos, não te esqueceste do nosso encontro mensal?- disse ele divertido.
- Claro que não! E o Luís não deve tardar. Acabou de me enviar uma mensagem dizendo que está a estacionar a sua “máquina”.
Nicolau riu-se. Por momentos ficamos calados a olhar o rio, depois ele disse:
- Sabes Pedro, o tempo passou tão depressa! As nossas vidas modificaram-se tanto! Tu és um excelente músico, tocas tão bem cavaquinho, dás espectáculos…
- Sim, é verdade. Gosto muito do que faço! Agradeço ao tio Trindade ter-me iniciado nestas andanças. Lembras-te dele ó Nicolau?- perguntei.
- Claro! Lembro isso e muito mais. Não é por agora gerir este hotel que esqueci o meu passado. Lembro as caminhadas na serra no inverno, o velho autocarro que nos levava para a escola, os coelhos bravos, a aldeia … Está tudo aqui, Alecrim! - E apontava para a cabeça.
Nesse instante chegou o Luís.
- O que é que vocês estão para aí a conversar? – perguntou ele abraçando-nos.
O Luís continuava gordo, divertido, sempre cheio de histórias para contar. Era daquelas figuras que quando entrava num sítio dava logo nas vistas. Tornara-se advogado, após longos anos de estudo e com algumas reprovações pelo caminho.
- Ò meninos, onde isso já vai!– disse ele dando uma sonora gargalhada. - Nicolau manda vir umas bebidinhas que aqui o teu amigo está a seco!
Ficamos horas falando das nossas vidas. O Luís continuava a viver com a mãe, agora na cidade do Porto e, apesar das inúmeras namoradas que arranjava, nunca se decidia casar. O Nicolau enveredara pelo turismo e tornara-se gestor hoteleiro. Casara-se com uma colega de profissão e até já era pai. Eu estava prestes a “ dar o nó” com a Sara.
- No que te vais meter Alecrim! – brincava o Luís.
- Casas aqui e ponto final! – impunha o Nicolau. – Vamos fazer-te um casamento de arromba! Já falei com a tua irmã Rosália e com o Ja-Ja-Ja-Jacinto. - Dizia ele rindo-se, gozando com a eterna gaguez do meu irmão.
Eu pensava na minha mãe e no meu pai e no gosto que sentiria se eles pudessem estar nesse dia a meu lado. Infelizmente nenhum deles estava vivo!
Entretanto, o gordo Luís, continuava a falar sem parar.
- Vocês lembram-se quando eu pus um rato em cima da secretária para assustar a professora de matemática?
- Tu tinhas uma lata, Luís! Eras um verdadeiro craque a copiar quando aparecias com uma gravata cheiinha de “apontamentos”! – disse o Nicolau.
Rimo-nos lembrando esses momentos já tão distantes.
Ali ficamos até tarde recordando histórias e amigos do passado, a Joana, o Martinho, os meus pais, o tio Trindade, o Carlinhos pastor… Depois do jantar, na varanda do hotel olhei para eles e lembrei-me de uma noite há muitos anos atrás, em que deitado na minha cama e, sem conseguir adormecer, eu pensava “… Que o tempo era uma coisa esquisita, havia horas mais prolongadas do que outras, minutos que pareciam horas, e horas que pareciam minutos.”
Levantei o copo de vinho do Porto, olhei para eles e disse:
- Brindemos à continuação da nossa amizade!
- Tchim! Tchim! – responderam eles e abraçamo-nos.
Nessa noite adormeci feliz.
Trabalho realizado pela turma do 6ºF
E outra capa para "Pedro Alecrim"!
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