A Internet é uma rede mundial de computadores todos
ligados uns aos outros. Quando alguém se liga à Internet, tem acesso à World
Wide Web, que é como uma biblioteca cheia de páginas de informação. Este acesso
é absolutamente fascinante. É como se um tesouro (informação) estivesse de
repente ao alcance de todos, dessacralizando-se o conhecimento, isto é,
permitindo a todos o acesso a informação sobre os mais variados assuntos, da
saúde à política, dos factos às opiniões. Apesar de fascinante, esta facilidade
leva-nos muitas vezes a incorrer no erro de presumirmos que, pelo facto de
consultar no Google tudo sobre uma doença, nos tornamos médicos e podemos até
fazer diagnósticos e decidir medicações. De certo modo, pensamos que o Dr.
Google existe! Ou que o Engenheiro Yahoo nos transformou em especialistas sobre
construções de pontes!
A Internet é também local de entretenimento, uma
espécie de parque de diversões gigante, com livre acesso a jogos e a “amigos”
virtuais, onde podemos parecer ser aquilo que não somos. Deslumbrados com a
novidade, não nos lembramos que dia a dia, hora a hora, nos transformamos em
imagens de quem realmente somos e que o encontro com a realidade pode
transformar-se num desagradável confronto. Com o entusiasmo, expomos a nossa
intimidade, partilhamos os nossos dados, revelamos o que nunca mais
conseguiremos ocultar, quebramos o encanto da sedução nas relações com os
outros. Abrimos a porta aos “ladrões” da nossa intimidade.
Navegar na Internet não faz de nós marinheiros, “surfar” nas ondas da
informação não nos transforma em surfistas. Permite-nos o acesso a múltiplas e
fantásticas informações, facilita os contactos com pessoas que estão
geograficamente longe de nós, estabelece redes de conhecimentos e de
solidariedades, abre-nos um Admirável Mundo Novo. Coloca-nos também mais
expostos a perigos, a informações manipuladas, a atrações fatais. Compete a
cada um de nós a gestão sensata destas possibilidades.
Texto da Prof.ª Fátima Neto
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