Mesmo na reta final de
2015, propomos-te, mais uma vez, leituras e mais leituras, das coleções e
autores que aprecias, mas também dos clássicos, obras lidas por sucessivas gerações de leitores, cuja mensagem não se
esgota.
Mas, afinal, que razões
nos levam a ler e reler os clássicos? O «Projeto Adamastor» colocou esta mesma
questão a diversas personalidades, que expuseram os seus pontos de vista sobre
o tema. Vale a pena conhecê-los!
Porquê ler os clássicos
da literatura portuguesa?
«Porque os clássicos são
o futuro que aguenta sempre. E lê-se melhor o presente dentro dessa combinação
de sombra e luz que é o trabalho de imaginação dos que vieram antes de nós.»
Jacinto Lucas Pires
(Escritor e realizador)
«Antes de mais, porque a
língua que falamos hoje, e que vamos falar no futuro, tem uma história, um
passado. Cumpre-nos conhecer essa história e respeitar aqueles que, desde as
primeiras cantigas do galaico-português, construíram um idioma que hoje é falado por centenas de milhões de pessoas em todos os continentes. Ler os clássicos é
conhecer esta herança através daqueles que foram os melhores cultores da
língua.»
Manuel Jorge Marmelo (Jornalista)
«Não os ler significa que
somos muito ignorantes sobre nós mesmos. Mas depois de 40 anos de democracia e
liberdade, a sensação predominante ainda continua a ser o provincianismo do «lá
fora é que é bom». Se alguém disser aos portugueses que a sua literatura é das
mais antigas, importantes e interessantes da Europa (e do mundo), claro que
eles não acreditam. E quem vai acreditar num país que não acredita em si
próprio?»
Teolinda Gersão
(Escritora)
«Porque mais que parte da
nossa História, os Clássicos Portugueses são parte da nossa identidade. Quando
hoje lemos uma das Novelas do Minho de Camilo Castelo-Branco vemos como era a
vida no Minho, há quase 200 anos, pelos olhos do escritor. E é sabido que
Camilo Castelo-Branco fixou uma série de arquétipos portugueses que continuam a
fazer parte do nosso imaginário. Ora, muito do que somos é também aquilo que
imaginamos ser e aquilo que imaginamos que éramos no passado.»
Paula Moura Pinheiro
(Jornalista)
«Enquanto leitores
oferece-nos um conhecimento do que nos foi constituindo enquanto portugueses,
de quem temos sido — e somos. É espantoso verificar como, nalgumas coisas,
pouco mudámos. Como escritores oferece-nos também uma base sólida para a
aprendizagem do bem escrever. E, em muitos casos, por puro prazer. Só não sei
se ainda se leem realmente, fora das obrigações escolares.»
Carla M. Soares (Leitora
e escritora compulsiva)
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