quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

PORQUÊ LER OS CLÁSSICOS?

Mesmo na reta final de 2015, propomos-te, mais uma vez, leituras e mais leituras, das coleções e autores que aprecias, mas também dos clássicos, obras lidas por sucessivas  gerações de leitores, cuja mensagem não se esgota.
Mas, afinal, que razões nos levam a ler e reler os clássicos? O «Projeto Adamastor» colocou esta mesma questão a diversas personalidades, que expuseram os seus pontos de vista sobre o tema. Vale a pena conhecê-los!

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Porquê ler os clássicos da literatura portuguesa?
«Porque os clássicos são o futuro que aguenta sempre. E lê-se melhor o presente dentro dessa combinação de sombra e luz que é o trabalho de imaginação dos que vieram antes de nós.»
Jacinto Lucas Pires (Escritor e realizador)
«Antes de mais, porque a língua que falamos hoje, e que vamos falar no futuro, tem uma história, um passado. Cumpre-nos conhecer essa história e respeitar aqueles que, desde as primeiras cantigas do galaico-português, construíram um idioma que hoje é falado por centenas de milhões de pessoas em todos os continentes. Ler os clássicos é conhecer esta herança através daqueles que foram os melhores cultores da língua.»
Manuel Jorge Marmelo (Jornalista)
«Não os ler significa que somos muito ignorantes sobre nós mesmos. Mas depois de 40 anos de democracia e liberdade, a sensação predominante ainda continua a ser o provincianismo do «lá fora é que é bom». Se alguém disser aos portugueses que a sua literatura é das mais antigas, importantes e interessantes da Europa (e do mundo), claro que eles não acreditam. E quem vai acreditar num país que não acredita em si próprio?»
Teolinda Gersão (Escritora)
«Porque mais que parte da nossa História, os Clássicos Portugueses são parte da nossa identidade. Quando hoje lemos uma das Novelas do Minho de Camilo Castelo-Branco vemos como era a vida no Minho, há quase 200 anos, pelos olhos do escritor. E é sabido que Camilo Castelo-Branco fixou uma série de arquétipos portugueses que continuam a fazer parte do nosso imaginário. Ora, muito do que somos é também aquilo que imaginamos ser e aquilo que imaginamos que éramos no passado.»
Paula Moura Pinheiro (Jornalista)
«Enquanto leitores oferece-nos um conhecimento do que nos foi constituindo enquanto portugueses, de quem temos sido — e somos. É espantoso verificar como, nalgumas coisas, pouco mudámos. Como escritores oferece-nos também uma base sólida para a aprendizagem do bem escrever. E, em muitos casos, por puro prazer. Só não sei se ainda se leem realmente, fora das obrigações escolares.»
Carla M. Soares (Leitora e escritora compulsiva)
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