segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

REIS MAIS INFLUENTES DA HISTÓRIA DE PORTUGAL

E se nos pedissem para escolher os 7 reis que mais influenciaram a História do nosso país? Provavelmente iria haver alguns que seriam consensuais. É este tipo de reflexão que nos propõe João Ferreira no Observador.

  

A escolha começa por D. Afonso Henriques (1109-1185). Sem ele, Portugal nem sequer teria tido início. O fundador encabeça esta lista por mérito próprio: a bravura, a capacidade de liderança e a sagacidade diplomática consagraram-no como cabo-de-guerra e chefe político.
Segue-se D. Dinis (1261-1325) cuja preocupação com o povoamento do território e o desenvolvimento da agricultura lhe valeu o cognome de O Lavrador. Foi o primeiro rei de Portugal mais governante do que guerreiro. Foi ainda poeta e fundou uma das universidades mais antigas do mundo.
A capacidade de liderança revelada por D. João I, mestre da Ordem de Avis (1357-1433), durante a revolução de 1383, o cerco de Lisboa, em 1384, e a resistência à invasão castelhana levou os representantes do clero e da nobreza a imitarem o povo e a escolhê-lo como rei, nas cortes de Coimbra de 1385. Inaugurou uma nova dinastia, confirmou Portugal como país independente e lançou, em 1415, a expansão ultramarina.
No trono desde 1481, D. João II (1455-1495) levou a cabo uma política coerente, determinada pela razão de Estado. O rei deixara de ser o primeiro dos nobres e passara a estar acima da nobreza. Portugal entrava na modernidade política do Renascimento.
D. João V (1689-1750) ocupou o trono durante quase toda a primeira metade do século XVIII e o seu reinado poderia ser resumido a uma palavra mágica: o “quinto”. Assim ficou conhecido o imposto pelo qual 20% de todo o ouro extraído no Brasil revertia para a coroa. A Portugal chegavam também os diamantes a par com outras riquezas que fizeram deste rei o chefe de Estado mais rico da História de Portugal.
D. Maria II (1819-1853) tinha um dever esgotante: a Carta Constitucional reservava à rainha o poder moderador, a chave do sistema. Cabia-lhe gerir os conflitos entre as facções vencedoras da guerra civil entre liberais e absolutistas, cada uma disposta a golpes e revoltas sangrentas para chegar ao governo.
D. Carlos (1863-1908) foi assassinado ao mesmo tempo que o seu filho, o príncipe herdeiro. A sua morte foi o desenlace violento de uma situação que se arrastava desde o final do século XIX, com a crise do rotativismo. A alternância no poder dos dois partidos do “centrão” da monarquia constitucional, Regeneradores e Progressistas, tinha desacreditado a classe política e o regime. A subida ao trono de D. Carlos, em 1889, foi vista como uma oportunidade de reformar a política portuguesa e modernizar o país. Quando D. Carlos rompeu com o rotativismo e nomeou chefe do Governo um dissidente do Partido Regenerador, João Franco, a classe política ficou alarmada. Tinha vocação para pintor (sobretudo aguarelista), cientista (o acervo das suas campanhas oceanográficas no iate Amélia deu origem ao Aquário Vasco da Gama, em Lisboa) e fotógrafo.
Estes foram os reis escolhidos por este comentador. E cada um de nós quais escolheria?

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Texto: Prof.ª Fátima Neto
Fonte: Jornal Observador Online

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