E se nos pedissem para
escolher os 7 reis que mais influenciaram a História do nosso país?
Provavelmente iria haver alguns que seriam consensuais. É este tipo de reflexão
que nos propõe João Ferreira no Observador.
A escolha começa por D.
Afonso Henriques (1109-1185). Sem ele, Portugal nem sequer teria tido
início. O fundador encabeça esta lista por mérito próprio: a bravura, a capacidade
de liderança e a sagacidade diplomática consagraram-no como cabo-de-guerra e
chefe político.
Segue-se D. Dinis (1261-1325) cuja preocupação com o
povoamento do território e o desenvolvimento da agricultura lhe valeu o cognome
de O Lavrador. Foi o primeiro rei de Portugal mais governante do que guerreiro.
Foi ainda poeta e fundou uma das universidades mais antigas do mundo.
A capacidade de liderança revelada por D. João I, mestre da
Ordem de Avis (1357-1433), durante a revolução de 1383, o cerco de Lisboa, em
1384, e a resistência à invasão castelhana levou os representantes do clero e
da nobreza a imitarem o povo e a escolhê-lo como rei, nas cortes de Coimbra de
1385. Inaugurou uma nova dinastia, confirmou Portugal como país independente e
lançou, em 1415, a expansão ultramarina.
No trono desde 1481, D. João II (1455-1495) levou a cabo uma
política coerente, determinada pela razão de Estado. O rei deixara de ser o
primeiro dos nobres e passara a estar acima da nobreza. Portugal entrava na
modernidade política do Renascimento.
D. João V (1689-1750) ocupou o trono durante quase toda a
primeira metade do século XVIII e o seu reinado poderia ser resumido a uma
palavra mágica: o “quinto”. Assim ficou conhecido o imposto pelo qual 20% de
todo o ouro extraído no Brasil revertia para a coroa. A Portugal chegavam
também os diamantes a par com outras riquezas que fizeram deste rei o chefe de
Estado mais rico da História de Portugal.
D. Maria II (1819-1853) tinha um dever esgotante: a Carta
Constitucional reservava à rainha o poder moderador, a chave do sistema.
Cabia-lhe gerir os conflitos entre as facções vencedoras da guerra civil entre
liberais e absolutistas, cada uma disposta a golpes e revoltas sangrentas para
chegar ao governo.
D. Carlos (1863-1908) foi assassinado ao mesmo tempo que o
seu filho, o príncipe herdeiro. A sua morte foi o desenlace violento de uma
situação que se arrastava desde o final do século XIX, com a crise do
rotativismo. A alternância no poder dos dois partidos do “centrão” da monarquia
constitucional, Regeneradores e Progressistas, tinha desacreditado a classe
política e o regime. A subida ao trono de D. Carlos, em 1889, foi vista como
uma oportunidade de reformar a política portuguesa e modernizar o país. Quando
D. Carlos rompeu com o rotativismo e nomeou chefe do Governo um dissidente do
Partido Regenerador, João Franco, a classe política ficou alarmada. Tinha
vocação para pintor (sobretudo aguarelista), cientista (o acervo das suas
campanhas oceanográficas no iate Amélia deu origem ao Aquário Vasco da Gama, em
Lisboa) e fotógrafo.
Estes foram os reis escolhidos por este comentador. E cada um
de nós quais escolheria?
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Texto: Prof.ª Fátima Neto
Fonte: Jornal Observador Online
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