“O que um escritor nos dá não são livros.
O que ele nos dá, por via da escrita, é um mundo.”
Mia
Couto
É por isso que desta vez sugerimos…
Para os adultos…
A MÃE, de Máximo Gorki
Gorki é o escritor russo que melhor faz a transição
entre a monumental literatura russa de finais do século XIX e a literatura
ideológica desse país no século XX.
A MÃE é uma história revolucionária em todos os
sentidos. Talvez nunca o espírito revolucionário tenha sido expresso de uma forma
tão pungente, sincera e romântica. Escrito e publicado em 1907, este romance
descreve em pormenor a desgraça, a tristeza e a miséria em que vivia o povo
russo no tempo do czar Nicolau II. É entre essa miséria que emerge um grito
lancinante de revolta, o grito profundo das almas feridas que arrancará a
esperança das profundezas da injustiça.
Um grupo de jovens operários desperta para as ideias
bolcheviques e encara-as como a solução para pôr fim à miséria e à injustiça de
que eram vítimas os operários e camponeses russos. Mas essa revolta que se
sonha é encarada como um movimento universal, capaz de libertar todos os
injustiçados do mundo. Nesse sentido poder-se-á dizer que se trata de uma
mensagem ingénua. Essa mensagem não encerra em si qualquer ambição de poder.
Pelo contrário, o que se pretende é acabar com o poder como forma de opressão.
Pavel é o mais brilhante desses jovens. Mas por trás
dele, ou melhor, ao lado dele emerge a força imensa de uma mulher: a sua mãe,
Pelágia. Ela é a grande guerreira, que sofre em silêncio todas as vicissitudes
de uma mulher pobre na Rússia czarista: vítima da miséria mas também de um
marido bêbado e violento. Até que ele morre e Pelágia passa a seguir o caminho
do filho na senda da revolução. Sente-se a mãe de todos os revolucionários; a
mãe da revolução. Neste aspecto, Gorki estabelece um curioso paralelismo entre
o amor maternal e uma espécie de amor universal que comanda a mente e a ação
destes revolucionários; uma espécie de “amor ao próximo”.
Para os mais
crescidos…
Órfão, guardião
dos relógios e ladrão, Hugo vive por entre as paredes de uma movimentada
estação de comboios parisiense, onde a sua sobrevivência depende de segredos e
do anonimato. Mas quando, repentinamente, o seu mundo se encaixa - tal como as
rodas dentadas dos relógios que vigia - com o de uma excêntrica rapariga amante
de livros e o de um velho amargo, dono de uma lojinha de brinquedos, a vida
secreta de Hugo e o seu segredo mais precioso são colocados em risco. Um
desenho misterioso, um bloco que vale ouro, uma chave roubada, um homem
mecânico e uma mensagem escondida do falecido pai de Hugo formam a espinha
dorsal deste intrincado, terno e arrebatador mistério.
Para os mais jovens…
Imaginem ser capazes de voar como uma borboleta,
saltar como um canguru ou espreitar o cimo das árvores como uma girafa. Todos
sabemos que as crianças, frequentemente, fantasiam que conseguem adquirir as
características extraordinárias dos animais, desde os mais pequenos aos mais
majestosos. E é bom que o façam! Porque os mais jovens têm de "viver"
estas transformações e ter aventuras libertadoras para se tornarem adultos
criativos e imaginativos, capazes de realizarem os seus sonhos.
Se eu fosse… é um livro que encoraja as crianças (e talvez os seus pais também!) a ultrapassarem as suas limitações. Este livro convida os mais jovens a nadarem como um peixe tropical ou a cantarem como um melro - ou até a afastarem os banhistas da praia com o "sorriso" de um tubarão!
Se eu fosse… é um livro que encoraja as crianças (e talvez os seus pais também!) a ultrapassarem as suas limitações. Este livro convida os mais jovens a nadarem como um peixe tropical ou a cantarem como um melro - ou até a afastarem os banhistas da praia com o "sorriso" de um tubarão!
Texto: Prof.ª Fátima Neto
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