Ao passar os olhos por um dos jornais gratuitos existentes na nossa biblioteca, o “Destak”, deparei-me com o seguinte artigo de opinião. Curto, incisivo, de rajada, sem parágrafos!
RESISTENTES
Encarregados de educação em extinção
Sinto que sou um dos resistentes, daqueles que ainda vê a escola como algo importante, de muito sério, que não pode ser levado com leviandade. E digo resistente porque vejo, com tristeza e preocupação, a forma como a maioria, hoje em dia, encara o assunto. Encarregados de educação são uma espécie em vias de extinção. Basta ir a uma reunião na escola e contar os pais e/ou encarregados de educação que lá estão. Dir-me-á que a culpa é da falta de tempo, desculpa para muita coisa. Acredito que para alguns seja uma razão válida, até porque todos sabemos como as coisas estão e pedir ao patrão para sair mais cedo pode ser complicado. Mas essa falta de interesse vê-se também pelo acompanhamento em casa, onde parece haver cada vez mais distanciamento. Conheço pais que dizem alto e bom som que o seu filho até não esteve mal… com 4 negativas! Afinal quem está a brincar? De quem é a falta de interesse? É triste sentir que há pais que veem a escola como apenas um depósito de filhos.
Paulo Fragoso, jornalista /locutor da RFM
URL da imagem:http://4.bp.blogspot.com/_oWilVaFi3Jc/S3JopKq
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Lido o artigo de Paulo Fragoso, apetece-me dizer:
Abençoados os pais que não se escudam na falta de tempo para descurarem a sua tarefa primordial.
Abençoados os pais que, depois de um dia extenuante de trabalho, ainda têm tempo para perguntar: “Como foi o teu dia?” ou “O que aprendeste hoje na disciplina X e Y?” ou “Posso ajudar-te?” ou…
Abençoados os pais que abdicam do futebol e da telenovela para dialogar com os seus filhos, protegendo-os da imensa solidão partilhada com amigos virtuais.
Abençoados os pais que abdicam do futebol e da telenovela para dialogar com os seus filhos, protegendo-os da imensa solidão partilhada com amigos virtuais.
Abençoados os pais que não percebendo nada de metáforas, nem de sistema respiratório, nem de algoritmos, nem de tabelas periódicas, nem de verb tenses, nem ouviram falar de Lord Byron, Telemann, Scriabin ou Shostakovitch uma só vez na vida, nem da clave de fá, nem de Arte Nova, nem de Bismarck, nem de…questionam, acompanham, orientam e até se propõem a aprender com os filhos. Sim, com os filhos, porque todos temos tanto a aprender com eles…
E quanto àqueles que alardeiam aos quatro ventos que os seus filhos até não estiveram mal… com 4 negativas (?!), perdoai-lhes, Senhor, porque eles… sabem o que fazem!
Assunção Ribeiro
(Prof.ª Bibliotecária)
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