Já alguma vez refletiste sobre o facto de cada povo ter a sua língua e os seus próprios dialetos? E por que razão existem certas palavras numa língua e não noutra? E quem é que inventou as palavras?
Jorge Luis Borges também refletiu sobre estes aspetos e, na sua obra Este Ofício de Poeta, apresenta, entre muitas outras, a seguinte conclusão:
«Por exemplo, em inglês (ou melhor, entre os Escoceses) temos palavras como «eerie» e «uncanny» [ambas significam «estranho»]. Estas palavras não se encontram noutras línguas. (Bem, claro que temos o alemão unheimlich [assustador].) Porque é assim? Porque as pessoas que falavam outras línguas não tiveram necessidade destas palavras - suponho que uma nação desenvolve as palavras de que precisa. Esta observação feita por Chesterton [...] equivale a dizer que a língua não é, como o dicionário nos leva a crer, invenção de académicos ou filólogos. Pelo contrário, foi desenvolvida ao longo do tempo, durante muito tempo por camponeses, pescadores, caçadores, cavaleiros. Não veio das bibliotecas, veio dos campos, do mar, dos rios, da noite, da madrugada.»
Jorge Luis Borges, Este Ofício de Poeta
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