Ilustração de Quint Buchholz (via Bibliocolors) |
Se fosse um livro
Um livro de poesia. Depois seria guia.
Um livro de memórias.
Cheio de páginas. Cheio de vida.
Se eu fosse um livro era um livro de aventuras.
Anos depois seria um livro revolucionário.
Proibido. Chamuscado. Passado de mão em mão.
Ou então não.
Mais tarde tornava-me um livro de poesia.
Um livro de amor.
Com paixão e até traição. Um livro resistente.
Que suportasse o sal das minhas lágrimas.
Se eu fosse um livro era um clássico.
Para ler na cama. No silêncio da vida a dois.
Depois seria um guia.
Que se lê no meio do banho, da tosse e do ranho.
Com o passar do tempo uma autobiografia.
Um livro de memórias.
Com rugas na capa.
Cheio de Páginas. Cheio de vida.
Uma tentação para quando só nos resta a imaginação.
Se eu fosse um livro tinha muitos capítulos.
Só não queria ter fim.
Fonte: Bertrand Editores
Uma cursiosidade importante acerca deste dia: sabias que Shakespeare, uns dos maiores dramaturgos de todos os tempos, nasceu e faceceu exatamente no dia 23 de abril, nos anos de 1564 e 1616, respetivamente?
Para saberes mais sobre a influência deste escritor na língua inglesa e na cultura mundial, lê a reportagem "Não se pode falar inglês sem citar Shakespeare", de Isabel Coutinho, jornalista do "Público" AQUI.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Obrigada pelo seu comentário!