sexta-feira, 10 de outubro de 2014

LENDAS DO PORTO NA BIBLIOTECA

Sabes o que é uma lenda?
     Uma lenda é um relato transmitido por tradição oral de factos ou acontecimentos a que o povo atribui um fundo de verdade. Geralmente mistura algo que é real e algo que é fruto da imaginação popular, pelo que é mais histórica e mais verdadeira do que o conto. Isso explica que, como já deves ter reparado, as lendas, contrariamente aos contos populares, raramente comecem com a fórmula “era uma vez”, que nos remete para um tempo e um lugar longínquos e indefinidos.
     Cada povo tenta preservar as suas lendas, pois, através delas, conta-se a sua história, explica-se a origem dos nomes de lugares, de tradições e de fenómenos.
     Os alunos do 7.º ano têm andado a estudar a literatura tradicional, que inclui os romances e os contos tradicionais, as lendas e os mitos, pelo que, vários alunos do 7.º A, incitados a pesquisarem lendas da nossa região, recolheram um conjunto de textos, que de convidamos a ler na nossa biblioteca.
     Apresentamos-te, para já, a lenda de Pedro Sem.

Torre de Pedro Sem.JPG

LENDA DE PEDRO SEM

    A torre medieval que se encontra diante do antigo Palácio de Cristal, no Porto, é ainda hoje conhecida por Torre de Pedro Sem.
     A história diz que essa torre pertencia a Pêro do Sem, doutor de leis, jurisconsulto e chanceler-mor de D. Afonso VI, no século XIV. Mas a lenda remete para uma data posterior, no século XVI, a existência de um personagem Pedro Sem que vivia no seu Palácio da Torre.
     Possuindo muitas naus na Índia, Pedro Sem era um mercador rico mas não tinha títulos de nobreza, o que muito o afetava. Era também usurário, emprestando dinheiro a juros elevados, à custa da desgraça alheia, enquanto vivia rodeado de luxo.
     Certo dia, quando estavam as suas naus a chegar, carregadas de especiarias e outros bens preciosos, a sua máxima ambição foi realizada através do seu casamento com uma jovem da nobreza, em troca do perdão das dívidas de seu pai.
     Decorria a festa de casamento, que durou quinze dias consecutivos, quando as naus de Pedro Sem se aproximaram da barra do Douro. O arrogante mercador acompanhado pelos seus convidados subiu à torre do seu palácio e, confiante do seu poder, desafiou Deus, dizendo que nem o Criador o poderia fazer pobre. Nesse momento, o céu que estava azul deu lugar a uma grande tempestade! Pedro Sem assistiu, impotente e encharcado pela chuva, ao naufrágio das suas naus. De seguida, a torre foi atingida por um raio que fez deflagrar um incêndio que destruiu todos os seus bens.
     Arruinado,   Pedro   Sem  passou  a  pedir esmola nas ruas, lamentando-se a quem passava: "Dê uma esmolinha a Pedro Sem, que teve tudo e agora não tem...".

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