Luísa
Dacosta nasceu em 1927, em Vila Real de Trás-os-Montes. Formou-se na Faculdade
de Letras de Lisboa, em Histórico-Filosóficas. Mas as suas
"Universidades" foram as mulheres de A-Ver-O-Mar, que murcham aos
trinta anos, vivem e morrem na resignação de ter filhos e de os perder, na
rotina de um trabalho escravo, sem remuneração, espancadas como animais de
carga. Foi professora do ciclo preparatório e alguma coisa deve também aos
alunos: o ter ficado do lado do sonho. Isso a motivou a escrever para crianças.
Faleceu a 15 de fevereiro de 2015.
As
bibliotecas escolares do Porto prestar-lhe-ão uma homenagem póstuma ao longo
deste ano letivo. A nossa escola junta-se a essa homenagem, propondo-te, desde
já, a leitura das suas obras.
Certo
dia no reino das bruxas nasceu uma bruxinha diferente, de sorriso luminoso e
cabelo loiro. Passava uma boa parte do seu tempo a desfazer o mal que as outras
bruxas faziam, até que um dia decidiu que não voltaria ao reino. Foi descendo
do céu até chegar à terra e então resolveu que, em vez de maldades, o que
queria mesmo fazer era ajudar os outros. Mas será que alguém acredita nas boas
intenções de uma bruxa? Experimenta descobrir como tudo aconteceu nesta
belíssima história ilustrada com muito pormenor e as cores que os sonhos bons
têm.
A
narrativa estrutura-se em torno de uma bruxinha que decide fugir do reino das
bruxas (um «mundo de trevas, árvores mortas e aves agoirentas») para o mundo
dos homens (onde havia «tantos brilhos, tantas cores e tantos perfumes»), numa
tentativa de encontrar um local onde pudesse «dar largas à sua alegria e ao seu
humor benfazejo». Mas, para seu espanto, também o mundo dos homens, apesar da
sua beleza exterior, se revelou um mundo de trevas pelo obscurantismo dos seus
preconceitos!
OS
MAGOS QUE NÃO CHEGARAM A BELÉM - Luísa Dacosta (texto), Maria Mendes
(ilustração), Figueirinhas (editora)
Há
sempre os que conseguem e os outros. Os que ficam pelo caminho. Com os magos
aconteceu o mesmo. Só três – os reis Baltasar, Melchior e Gaspar – chegaram a
Belém e deixaram os seus presentes, de ouro, incenso e mirra, aos pés do
Menino.
Mas
os magos, sacerdotes que estudavam o céu e os seus astros, eram muitos. E
outros se puseram a caminho, seguindo aquela estrela, súbito, nascida no
firmamento e mais brilhante do que todas as outras que aqueciam a noite.
O
PLANETA DESCONHECIDO E ROMANCE DA QUE FUI ANTES DE MIM - Luísa Dacosta (texto),
Jorge Pinheiro (ilustração), Quimera (editora)
Em O
PLANETA DESCONHECIDO, Luísa Dacosta, uma das mais singulares escritoras do
panorama literário português contemporâneo, oferece-nos uma escrita pautada
pelos afetos e volta a convocar temas e personagens bem familiares aos leitores
da sua já longa obra. Numa estrutura em espelho, convivem duas mulheres; estão
separadas por todo um século, mas respiram a mesma atmosfera, feminina e
enclausurante, enganadora:
«Caíra,
como a avó e a bisavó, nas armadilhas do amor. Já não bordando enxovais, mas
envenenando-se pela palavra, pois que desde a infância se deixara prender pelo
sortilégio das histórias das fadas, em que as belas perguntavam, inquietas:
«Espelho meu, espelho meu / haverá no mundo mulher mais bela do que eu?"»
Texto:
Prof.ª Fátima Neto
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