Em Fevereiro, mês do Carnaval, o “faz-de-conta” está na
agenda de todos os leitores. Propomos, por isso, para os mais jovens, a leitura
de um livro em que outros livros são tratados por “meninos” e para os adultos a
leitura de uma crítica bem humorada ao “faz-de-conta” que os pensadores
europeus são mais sérios do que os outros.
O LIVRO DAS CONTAS E DOS CONTOS
Ilustrações de Elsa Fernandes
Trampolim editores
José Vaz, um dos singulares escritores contemporâneos para a
infância apresenta-nos, neste volume, a história de um livro comprido, roto,
desengonçado e escrito à mão por um homem bom que vendia pregos, tijolos e
tapetes… mas que deixava os fregueses pagar os artigos à velocidade do caracol.
Um dia, o livro foi parar a uma biblioteca e os livros que
ali estavam estacionados exclamaram com desdém:
- Não é dos nossos! Não é dos nossos!
Este conto insere-se nas características gerais da obra do
autor onde, como afirma o investigador Rui Marques Veloso, no sítio da Casa da
Leitura da Fundação Calouste Gulbenkian: "tirando partido das suas
vivências e do olhar atento ao mundo que o rodeia, [José Vaz] introduz o
mistério que nos prende, o maravilhoso que alimenta o nosso imaginário, o
cómico que diverte, a sensibilidade que cativa, a metáfora que surpreende. Sabe
comunicar com os jovens leitores, jogando com um discurso muito próximo da
criança, sem cair no infantilismo ou na cedência a jogos formais
estereotipados".
A narrativa é complementada com uma ilustração singularmente
bonita e expressiva da autoria de Elsa Fernandes.
Plano Nacional de Leitura:Livro recomendado para o 3º
ano de escolaridade, destinado a leitura autónoma.
DESPENTEANDO PARÁGRAFOS
Quetzal editores
Onésimo Teotónio Almeida é, há longos anos, professor na
prestigiada universidade Brown, em Providence, EUA - pertencente à Ivy League
(um grupo constituído pelas instituições de maior prestígio científico nos
Estados Unidos e no mundo). De lá, transformou-se num observador privilegiado e
distanciado da realidade cultural portuguesa, que sempre tratou com tolerância,
sentido de humor e ironia.
Neste livro, o autor aborda questões polémicas no nosso meio
cultural e universitário: de onde vêm a verborreia empolada e a dificuldade
lusitana de se debater argumentos sem entrar em ataques pessoais? Por que eram
os intelectuais portugueses tão sensíveis às modas francesas? Por que é que os
intelectuais europeus não compreendem a América? Por que é que o provincianismo
português é tão arrogante? Sempre num registo divertido, bem-humorado e
provocador.
Texto: Prof.ª Fátima Neto
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