Será
que os animais também festejam o Carnaval?
Festejando
ou não estes dias tão apreciados em muitos países do mundo, Camille
Saint-Saëns compôs a peça “O Carnaval dos animais”, que, à semelhança de muitas
das fábulas que já tiveste a oportunidade de ler, é uma crítica mordaz, neste
caso, ao cenário musical de Paris do final do século XIX.
Saint-Saëns,
prodígio musical que compôs o seu primeiro concerto aos dez anos de idade
(!!!), arquitetou desta forma as catorze partes de “Carnaval dos animais”:
1. Introdução e marcha real do leão - Os dois pianos trinam e arpejam; as cordas (violinos, violas d’arco,
violoncelos e contrabaixos) abrem a marcha do soberbo animal, imitando os seus
rugidos.
2. Galinhas e galos - Clarinetes, pianos, violinos e
viola d’arco, num breve trecho à moda de Rameau.
3. Hémiones (asnos selvagens do Tibete, animais
muito velozes) - Num presto furioso,
os dois pianos lançam-se em escalas de clima de loucura, que jamais se
alcançam.
4. Tartaruga - Offenbach está presente aqui com a sua obra Orfeu no Inferno. Tocada em
andamento extremamente lento perlas cordas,
sobre um acompanhamento do piano.
5. O Elefante - O contrabaixo com ornamentos do
piano tocam o tema da «Dança das sílfides» da Danação de Fausto de Berlioz, com uma alusão ao «Scherzo» do Sonho de uma noite de verão de
Mendelsshon.
6. Cangurus - Os dois pianos saltitam, hesitam, param...
7. Aquário - Flauta, celesta, os dois pianos e
as cordas. As flautas sugerem ondas; os pianos insinuam a natação; o som da
celesta lembra gotas de água.
8. Personagens de orelhas longas (ou seja, os burros) – Durante breves
compassos, dois violinos alternam os seus diálogos.
9. O Cuco no fundo do bosque - Com o acompanhamento do piano, a
terça do cuco é dita e redita pelo clarinete.
10. Viveiro - Uma flauta chilreia com
acompanhamento dos pianos e das cordas.
11. Pianistas - São segundo Saint-Saëns
verdadeiros animais e não dos menos barulhentos. Devem imitar o toque de um
aluno de piano principiante, alternado em escalas e terças duplas, com notas
desafinadas. As cordas rangem, irritam-se e interrompem o insuportável duo.
12. Fósseis - as antiguidades – uma série de
citações que se encadeiam vivamente. A Dança Macabra surge como um dos temas do
movimento, mas outras obras são citadas, como a «Aria da Rosina» do Barbeiro de Sevilha.
13. O Cisne (É bem provável que já conheças esta
parte!) - Uma nobre palhaçada, segundo o próprio Saint-Saëns. O violoncelo toca
sobre as harmonia dos pianos. No final, o cisne adormece.
14. Final - Um desfile de toda a bicharada,
onde ecoam os principais temas ouvidos durante a obra, inclusive o dos
pianistas.
Agora
que já foste introduzido à bicharada que desfila nesta peça, assim como aos
instrumentos que representam cada um dos animais, convidamos-te a ouvi-la na íntegra. Usufrui de 27 minutos e 12 segundos de diversão!
Vê AQUI outra versão bastante divertida!
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