Março no livro Les Très Riches Heures du Duc de Berry. Mês dos primeiros trabalhos agrícolas do ano, com servos e camponeses a semear e a lavrar as terras, vendo-se ao fundo o castelo de Lusignan, um dos favoritos do Duque de Berry. |
Da Idade Média, chegam-nos ecos de aventuras com cavaleiros e princesas, reis, damas e cruzados. No entanto, o dia a dia das populações era muito mais rotineiro e duro do que a vida palaciana ou aventureira. Para a maioria, a agricultura era a principal fonte de subsistência. Após um longo e penoso inverno, em março, com a chegada da primavera iniciava-se um novo ciclo, a natureza parecia acordar e estava na altura de voltar para os campos.
Na Europa desses tempos apareciam novas técnicas oriundas da
revolução agrícola islâmica. O sistema rotativo de culturas proveniente dos
romanos mantinha-se, mas as novas técnicas de regadio e o uso de adubos foram
uma espécie de primeira “agricultura científica” da História e até se
publicaram várias enciclopédias agrícolas. O aparecimento de melhores arados, o
uso da nora, da picota, da prensa hidráulica e dos moinhos de água e de vento
permitiram levar água a mais terras e reduzir a dependência dos ciclos da
chuva.
Março era o mês de plantar o
algodão, cultura introduzida pelos árabes na Península Ibérica. Assim, a
agricultura deixou de ser apenas uma fonte fornecedora de alimentos e passou
também a ser uma excelente fonte de riqueza. Das frutas se fizeram xaropes e
compotas; das ervas se propagou o seu uso medicinal.
Texto: Prof.ª Fátima Neto
Fonte: SuperInteressante,
Edição Especial HisTória
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