terça-feira, 1 de março de 2016

MARÇO NO ANO 1000

Março no Livro de Horas do Duque de Berry
Março no livro Les Très Riches Heures du Duc de Berry.
Mês dos primeiros trabalhos agrícolas do ano, com servos
e camponeses a semear e a lavrar as terras, vendo-se
ao fundo o castelo de Lusignan, um dos favoritos
do Duque de Berry.

            Da Idade Média, chegam-nos ecos de aventuras com cavaleiros e princesas, reis, damas e cruzados. No entanto, o dia a dia das populações era muito mais rotineiro e duro do que a vida palaciana ou aventureira. Para a maioria, a agricultura era a principal fonte de subsistência. Após um longo e penoso inverno, em março, com a chegada da primavera iniciava-se um novo ciclo, a natureza parecia acordar e estava na altura de voltar para os campos.
Na Europa desses tempos apareciam novas técnicas oriundas da revolução agrícola islâmica. O sistema rotativo de culturas proveniente dos romanos mantinha-se, mas as novas técnicas de regadio e o uso de adubos foram uma espécie de primeira “agricultura científica” da História e até se publicaram várias enciclopédias agrícolas. O aparecimento de melhores arados, o uso da nora, da picota, da prensa hidráulica e dos moinhos de água e de vento permitiram levar água a mais terras e reduzir a dependência dos ciclos da chuva.
            Março era o mês de plantar o algodão, cultura introduzida pelos árabes na Península Ibérica. Assim, a agricultura deixou de ser apenas uma fonte fornecedora de alimentos e passou também a ser uma excelente fonte de riqueza. Das frutas se fizeram xaropes e compotas; das ervas se propagou o seu uso medicinal.
Texto: Prof.ª Fátima Neto
Fonte: SuperInteressante,
Edição Especial HisTória

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