Autorretrato de Leonardo da Vinci e "Homem de Vitruvio" |
Celebra-se hoje, dia 16 de outubro, o Dia Mundial da Alimentação, comemoração realizada em mais de 150 países com o objetivo de criar na opinião pública uma maior consciência sobre questões da nutrição e da alimentação.
Mas o que é que Leonardo Da Vinci tem que ver com o tema da alimentação? Muito!
Quando pensamos neste homem genial, um dos mais eminentes renascentistas, ocorre-nos de imediato “A Gioconda” ou “Mona lisa” (que podes ver no Museu do Louvre, em Paris), a “Dama com arminho”, ou os seus modelos de paraquedas, tanques, escavadeiras, pontes móveis, tanques blindados, asa-delta…
Se enumerássemos os inventos de Leonardo Da Vinci - engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico – a lista seria muito longa, mas, habitualmente, não o associamos à alimentação ou à culinária. No entanto, também esta área ganhou com a sua genialidade.
Na verdade, de acordo com estudos realizados por Shelagh e Jonathan Routh, as “questões de comida” interessaram a Leonardo da Vinci durante toda a sua vida, tendo este génio trabalhado como “Mestre de Festas e Banquetes” na corte dos Sforza, importantíssima família de Florença e seus mecenas, e dedicado parte da sua vida a invenções com as quais pretendia transformar a cozinha e a mesa em locais mais práticos e mais limpos. Nesse sentido, inventou uma máquina de esmagar alhos que também picava a salsa, picadoras de carne, máquinas de lavar, quebra-nozes mecânicos… Projetou ainda um assador automático, um dispositivo para aquecer água, acionado a carvão, e outro para eliminar rãs de barris de água potável, moinhos de pimenta, saca-rolhas para esquerdinos, cortadores de ovos em rodelas…
Também se deve a Leonardo da Vinci a conversão da lasagne em spaghetti , assim como o guardanapo. Sim, o guardanapo, pois naquela época havia o costume de atar coelhos com fitas às cadeiras dos comensais para que estes pudessem limpar as mãos engorduradas às costas do animal, o que desagradava profundamente a Leonardo da Vinci, assim como não lhe agradava nada que se limpassem as facas às vestes de quem estivesse ao lado.
E como reagiram os seus contemporâneos à sua descoberta? De forma hilariante, como relata Pietro Alemanni, embaixador Florentino em Milão: "Ultimamente [Leonardo da Vinci] tem descurado as suas Esculturas e a Geometria e dedicado a sua atenção aos problemas da toalha de mesa do Senhor Ludovico, cuja imundície lhe tem causado grande mal estar. E ontem à noite apresentou à mesa a sua solução para o problema, consistindo num pano individual colocado diante de cada conviva, o qual deveria ser ensujentado no lugar da toalha de mesa. Mas, para grande perturbação do Mestre Leonardo, ninguém achou modo de o utilizar ou soube o que fazer com ele. Alguns foram ao ponto de se lhe sentar em cima. Outros assoaram-se nele. Outros, ainda, serviram-se dele para o atirarem, em tom de brincadeira, a outros comensais. Mas houve também quem o utilizasse para envolver a vitualha e a ocultar na bolsa ou no bolso. E depois do repasto terminado, encontrando-se a toalha tão suja como de costume, Mestre Leonardo confiou-me a sua angústia de que o invento nunca chegasse a ter aceitação.”
Contrariamente às expectativas de Leonardo, a utilização do guardanapo generalizou-se, assim como é agora aceite com agrado o conceito de “nouvelle cuisine” ou “cozinha gourmet”, aplicada na “Taberna das Três Rãs de Sandro e Leonardo” – que geriu em conjunto com Sandro Botticelli, outro célebre pintor renascentista - sem grande sucesso entre os seus contemporâneos, habituados a comer grandes pratadas de polenta…
Fonte: Shelagh e Jonathan Routh in Notas de cozinha de Leonardo da Vinci. Althum.com
Vê alguns dos engenhosos inventos de Leonardo da Vinci no filme que se segue:
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