Hoje
foi um dia especial: Álvaro Magalhães esteve na nossa escola!
À hora
marcada, compareceu na nossa biblioteca, onde alunos, professores e
encarregados de educação o aguardavam, não sem uma boa dose de ansiedade.
Seguiu-se
a apresentação do autor e a declamação dos poemas “O limpa-palavras” e “Mistérios da escrita”. Em duas línguas! Sim, a língua portuguesa e a língua gestual
portuguesa, que os alunos da nossa comunidade utilizam para comunicarem e que,
hoje, foram veículo da sua gratidão a Álvaro Magalhães. Pela sua visita. Pela
sua obra. Por nos surpreender a cada página. Por nos fazer refletir. Por nos
fazer rir. Por nos propiciar belos momentos de partilha através das suas
histórias e da sua poesia.
Depois,
foi a vez das perguntas, cujas respostas nos esclareceram sobre o processo de
escrita, sobre a leitura e até sobre a vida do autor, três aspetos
indissociáveis. Ficamos por isso a saber que:
▪ Nos
seus tempos livres, Álvaro Magalhães lê, escreve, passeia, vai ao futebol e ao
cinema.
▪ A
propósito do texto “O segredo da orelha verde”, onde afirma que nasceu no
Porto, sempre aqui viveu e sempre aqui viverá, esclareceu que o Porto é uma
cidade feita à sua medida (como uma camisa!) - nem demasiado grande, nem
demasiado pequena.
▪ Para
o autor, uma boa história é aquela que envolve o leitor, e ser escritor é um destino,
pois, embora na sua casa não houvesse livros e ninguém o incitasse a ler, desde
sempre sentiu uma forte inclinação para a escrita – ele estava destinado a ser
escritor.
▪
Para Álvaro Magalhães, escrever é como respirar, e considera-se uma pessoa
muito afortunada, porque sempre teve muitos leitores e adora cada um dos seus
leitores.
▪ “O
Estranhão” é o rapaz que Álvaro Magalhães foi quando tinha os seus onze anos –
alguém que gosta de escrever histórias e poemas; Já a coleção “Triângulo Jota”
espelha a sua vivência e as experiências da sua adolescência, embora a
realidade surja transfigurada nas suas obras. Na verdade, para o escritor, a
realidade, que nem sempre tem muita graça, é muito enriquecida pela imaginação.
▪ Entre
as obras que escreveu, talvez as suas preferidas sejam os livros de poesia O Limpa-Palavras e outros poemas e O Brincador.
▪ Escrever
é brincar com as palavras, o que nem sempre é fácil; é uma brincadeira, mas
também uma luta, que implica a redescoberta e a conquista das palavras.
▪
Escrever [O Senhor Pina] é a melhor forma de homenagear um amigo, como o seu
grande amigo Manuel António Pina, que também era escritor e escreveu muito para
crianças.
▪ Na
opinião do poeta, as palavras que neste momento precisam de ser limpas são
palavras tão cruciais como "amor” e “amizade”- palavras que andam
esquecidas, sujas e gastas.
▪ A
escrita e o sonho são formas de fuga à realidade e, se Álvaro Magalhães pudesse
voltar atrás no tempo, regressaria ao tempo anterior à morte de sua mãe, de quem
sente muitas saudades.
Depois
de tantas e tão esclarecedoras respostas, resta-nos desejar que Álvaro
Magalhães continue a sonhar e a escrever, a escrever e a sonhar… e que nos
continue a encantar com a sua poesia e as suas histórias surpreendentes.
Ah! E
para os fãs de “O Estranhão” fica a novidade: o terceiro volume sai já em maio!
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