quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

POEMAS DE NATAL


Pormenor do presépio criado pela Prof.ª Cristina Brás  a partir de cartolinas recicladas

Presépio de Lata 
(Rui Veloso)
Três estrelas de alumínio
A luzir num céu de querosene
Um bêbedo julgando-se césar
Faz um discurso solene
Sombras chinesas nas ruas
Esmeram-se aranhas nas teias
Impacientam-se gazuas
Corre o cavalo nas veias
Há uma luz branca na barraca
Lá dentro uma sagrada família
 À porta um velho pneu com terra
  Onde cresce uma buganvília
    É o presépio de lata
     Jingle bells, jingle bells,
   Oiçam um choro de criança
   Será branca negra ou mulata
   Toquem as trompas da esperança
     E assentem bem qual a data
     A lua leva a boa nova
     Aos arrabaldes mais distantes
       Avisa os pastores sem tecto
       Tristes reis magos errantes
        E vem um sol de chapa fina
        Subindo a anunciar o dia
        Dois anjinhos de cartolina
        Vão cantando aleluia
           É o presépio de lata
          Jingle bells, jingle bells,
         Nasceu enfim o menino
         Foi posto aqui à falsa fé
          A mãe deixou-o sozinho
         E o pai não se sabe quem é


É o presépio de lata
Jingle bells, jingle bells


  

Sem comentários:

Enviar um comentário

Obrigada pelo seu comentário!